Nesta quarta-feira, 29, uma comissão do SINTESPO esteve em Curitiba para pressionar os deputados estaduais a se posicionarem a favor do reajuste da inflação aos servidores públicos. A defasagem já chega a mais de 17% e o funcionalismo está há mais de três anos sem atualização dos salários.

“No dia 29 de abril, estivemos juntos com outros sindicalistas de todo estado reunidos com representantes do governo. Na ocasião foi formada uma mesa de negociação e o prazo para resposta seria o mês de maio. No entanto, até agora o governo não apresentou nenhuma proposta. Por esse motivo estivemos em Curitiba na quarta-feira para pedir o apoio dos deputados no sentido de pressionar o governador sobre o assunto”, relata o vice-presidente do SINTESPO, Roberto Rodrigues.

Como o cenário não mudou desde abril, o SINTESPO, em Assembleia já determinou estado permanente de greve. “Se continuarmos sem resposta, há possibilidade de paralisação e até de greve por tempo indeterminado. Na próxima semana iremos definir quais serão os rumos tomados pelo funcionalismo da UEPG caso o governo não cumpra com sua palavra. Uma assembleia pode ser chamada nos próximos dias para ouvir os agentes e professores da universidade”, afirma Plauto Coelho, presidente do SINTESPO.

Segundo a integrante da coordenação do FES, Marlei Fernandes, o objetivo é aumentar a pressão para que o governador tome uma decisão. “Não existe nenhum impedimento técnico, legal ou financeiro. A decisão é política e só depende do governador”, comentou.

Segundo Marlei, foram realizadas seis reuniões com representantes da administração estadual, mas o impasse continua porque o governo faz interpretação equivocada sobre as contas públicas e ainda não apresentou propostas.

Os trabalhadores reivindicam reposição de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, e o pagamento dos atrasados. Sem atualização nos salários desde 2016, as perdas acumuladas já passam de 17%. De acordo com o economista do FES, Cid Cordeiro, por ano os funcionários estão perdendo o equivalente a dois meses de salário.

Insatisfeitos, os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovaram, nesta terça-feira (28), estado de greve. A mesma decisão também tomada pelos funcionários da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), desde abril, e por professores e funcionários de escola representados pela APP-Sindicato, no último sábado (25). A tendência é que o movimento de preparação para uma possível greve seguido por outras categorias no próximos dias.

Ratinho prometeu

No último 29 de abril, mais de 10 mil servidores públicos lotaram as ruas de Curitiba para cobrar o pagamento da data-base. Dias antes, Ratinho Junior havia declarado à imprensa que não concederia reposição ao funcionalismo neste ano. A declaração contrariava promessa de campanha do governador e, diante do protesto, ele recuou e aceitou negociar com os trabalhadores.

Levantamento do FES, com base em relatórios da Secretaria da Fazenda, revela também que a gestão Ratinho Junior assumiu a administração com o menor índice de gasto com pessoal dos últimos 10 anos. Outro dado favorável foi divulgado pela imprensa oficial do governo no final de março deste ano. O Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.

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